domingo, fevereiro 27, 2005

S1S


Nos limites de um quase infinito, difunde-se o aroma do ópio. No centro desse espaço, governado por leis quânticas e na consciência de mim próprio, essa essência misturasse à saudade.

O mundo físico que me rodeia aglomera-se sob a forma de caos aos olhos daqueles que o formam. No entanto, nos patamares da consciência, tudo se forma à luz de uma polaridade, que projecta no espaço uma força de Coulomb cuja variação induz um magnetismo circundante.

A simplicidade do Amor encerra toda a energia nuclear.

Aqui está o véu; S1S

Dux Mem Gimel Trismegistus

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terça-feira, fevereiro 22, 2005

Iminência

Morro nos teus braços.
Amargamente, o sangue que me resta
arrastasse pelas veias já secas,
prolongando a agonia,
angustiando-me com o som
dos prantos que me rodeiam,
Num compasso dilacerante.
Estéril vida.
Tinhosa e maldita
Bebes o sangue que não mereces
Arrastas-me para o ralo da iminência,
de uma morte guerreira
no doce paladar do aço.
O meu sangue, amor,
inunda o teu vestido nele.
Não deixes que esta terra estranha o possua
através do gozo da morte.
Oh… Deus!
Que fria é esta lâmina!
Como é frio o silencio!
Como é fria a ultima palavra.

Mem Gimel Trismégistus

segunda-feira, fevereiro 21, 2005

Portugal


Posted by Hello
Hoje choro triste a olhar o mar.

“Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal.”

Confiro à rima de Pessoa todo o seu sentido, a saudade. Não a saudade de alguém que partiu numa viagem e que eu aguardo, mas sim, a saudade dos que partiram nas epopeias Lusas em busca de um sonho.

Olhai para o vosso País, gente Lusitana, olhai para o vosso e meu país.

Envergonha-me o vosso comportamento. Envergonha-me o vosso pensar. Envergonha-me o vosso esquecimento de todos aqueles que realmente construíram este país, à beira mar plantado e que um dia tiveram um sonho.

Ultrajais o sonho de Afonso Henriques. Ultrajais o sonho de Templários. Ultrajais o sonho do Infante D. Henrique. Ultrajais o sonho de D. Manuel. Ultrajais o sonho de Camões. Ultrajais o sonho de todos os grandes Homens que fizeram deste pequeno pais geográfico, o maior império do mundo.

Devíeis beijar o chão que pisais, pois ele é sagrado. Devíeis olhar para cada colina, monte, vale, rio ou ribeiro, porque aí, algum bravo morreu em troca de aquilo que tendes Hoje, uma pátria.

Choro na saudade do bravo espírito Aventureiro do tão nobre povo Português de outra hora, que jaz na lama, para onde vós o atirastes.
Alguém um dia disse ” A morte de um povo, começa pelo esquecimento da sua história”.

Perdoai-nos, Grande mestre e Rei Afonso Henriques. Perdoai-nos, Bravos Templários, cavaleiros e povo, que vertestes o vosso sangue por um sonho de um Portugal que certamente não é o Portugal de Hoje.

A vós, Lideres, voz do povo, invocai e encarnai a verdadeira alma Lusitana que ainda existe dentro de nós, antes que se perca para sempre e acreditem no sonho, antes por muitos sonhado.

Por Portugal

Mem Gimel Trismégistus

sábado, fevereiro 19, 2005


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sexta-feira, fevereiro 18, 2005


Meu eterno Alentejo.. Posted by Hello

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

O voo

Pena, pairas ao vento!
Das asas de um anjo caíste.
Planas num vento, triste,
correndo sobre espigas, sofrendo.

A mão de uma criança procuras,
a inocência, o passado.
Mãos de Homens, no pecado
encontras, no céu, difusas.

Nos sonhos sentes o tacto
do chão que uns olhos fixam.
São olhos de criança que distam,
centímetros do contacto.

Repousa por fim, pena alva,
dos sonhos que quiseste encontrar.
Faz viver, sorrir e sonhar,
o menino que te colocou na sua asa.


Mem Gimel Trismégistus

terça-feira, fevereiro 15, 2005

Intimo

Como posso eu conhecer-te?
Soam alto ecos do meu peito.
Coração, louco e no feito
De bater por ti, impele-me a ver-te.

Nave vaga, um teto.
Trava em mim a memória
Do passado, do afecto,
Do inicio da nossa história.

Ó Amor, invade-me a mente,
No murmúrio, na rima.
Bebe-me lágrimas, termina
A saudade de não te ter presente.

Para E.

Mem Gimel Trismégistus

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Fogo eterno


Posted by Hello
Os teus lábios!
Essa cor e forma que me tenta,
Fogo da paixão do eterno.
Terra firme, dos meus.
Relembro, agora, todos os sons das batalhas,
Todas as vezes que morri nos teus braços,
Todas as vezes que ressuscitei nos teus beijos,
Quando essa tua pele suave e delicada, sentia.
Como o meu sangue ardia, como acido ele queimava.
Demasiado quente,
Imolava nas brasas da mais quente paixão.
O desejo inflama-me.
Consome-me.
Quero beijar-te.
Quero sentir a razão do meu sonho.
Quero oferecer-te o meu corpo num holocausto.
Fundir as almas mais uma vez,
Nesta época,
Neste tempo perdido
Perdido nos confins do tempo.
Exaltem-se os raios divinos.
Pelo fogo ardamos no infinito.
Traz-me de volta
Traz-me de novo à vida, meu amor,
Na chama dos nossos momentos.
Pois sofro, perdido no tempo.

Mem Gimel Trismegistus

sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Génesis

A origem e o fim?
O Ponto e o infinito?

Decidi partilhar este meu pensamento convosco, para que eu e vós, possamos saborear o conhecimento do espaço e de nós mesmos. Para que possais sentir o paladar do mais requintado sabor, o que é a vida e a imortalidade.

Em tudo existe um continuo e o infinito irradia dessa esfera em todas as direcções. No ponto mais afastado do que concebamos por infinito, o infinito torna a si mesmo e envolve a esfera da origem, formando ele próprio a origem.

Como esfera infinita que é, onde ao mesmo tempo encerra todos os princípios e fins, como sinónimo de rotação eterna, esta esfera é representada sob a forma de zero (0). Este é o primeiro algarismos de todos, ele é Deus, porque ao mesmo tempo é tudo, mas no entanto ele representa também o nada, a ideia mais abstracta que um dia possamos sentir. Tem um poder enorme quando se envolve a qualquer numero, eleva-o a um estado máximo.

Ao mesmo tempo que o zero não é nada, ele só tem significado de existir se for considerado como a unidade. Sendo o zero o criador, ele toma conhecimento de si próprio, criando uma capacidade e uma consciência dual e cria a primeira manifestação, o primeiro flocular de todo o universo a unidade, a consciência de deus de si próprio.

De dentro dele nasce então o dois porque, o um, sozinho é incapaz de procriar, então, deus une a alma e o corpo e traz com a luz do infinito o dois, que representa a reunião das divindades, o inicio e o fim. Temos assim a recta do destino, ao longo da qual encarnam todas as nossas personalidades.

Esta recta apenas tem sentido se estiver em equilíbrio devido ás forças que os seus extremos provocam , se ela própria for a unidade e esta é a unidade para a nossa personalidade. Temos desta forma o conceito de três. Um polo, outro polo e a unidade entre eles. Sagrado é o numero três, pois é a chave do plano.

No seu avançar, o infinito, como raio eterno, ao passar pelo plano gera um outro eixo. Surge a quarta dimensão, onde os corpos adquirem a sua primeira forma, o molde da substancia final que os vais preencher, com mais ou menos capacidade, levam mais ou menos liquido divino também. Temos o suporte astral do corpo, o numero quatro.

Ao ver-mos este quarteto como a unidade, enchemos as suas dimensões com o conceito do numero 5, espirito, e com toda a energia que este possui, que surge no homem com o nome de vida e sai deste com o nome de morte. Está assim criado o suporte do corpo.

O espirito menos denso, mais subtil, ou deus, flui para o estado mais denso e forma a matéria, o Homem, à sua imagem.

Assim foram criados os seis primeiros números sagrados.

Mem Gimel Trismégistus

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Sangue e Rosas


Posted by Hello
Da minha alma caem as sementes, que encontram no meu corpo a terra fértil que as faz germinar. Belas rosas vermelhas que no jardim do tempo encontraram o seu lugar. Vermelhas porque foram regadas pelo meu sangue, belas porque para elas foi projectada a luz e as trevas da minha vida, aos olhos do sol e do luar. Ciclos sem fim centrados no único ponto possível do universo, tu meu amor. A minha mão as colhe molho atrás de molho, com todos os espinhos que se atiram vorazes à minha pele. Gotas de sangue que caem sobre o meu corpo e de gotas de sangue o meu corpo se alimenta. É por ti, meu amor, que morro. É por ti que a minha vida se forma do sangue e do meu sangue se formam as rosas. Para que dia após dia coloques na jarra do teu quarto, no teu corpo de cristal rosas vermelhas, a minha vida, vermelhas por te amar. Na última rosa, estará o ultimo suspiro da minha ténue existência. Nesse dia, quando o meu corpo tombar, não me recordes pelas pétalas que no chão repousarem, nem pelo perfume que ainda teima em estar no ar. Recorda-me na imagem de uma rosa vermelha, vermelha do meu sangue, que foi derramado por te amar.

Mem Gimel Trismegistus

terça-feira, fevereiro 08, 2005

Dança


Posted by Hello
Quatro cravos num tom de si.
Uma peneira que peneira o sol.
Um sorriso que vem lá,
torna ao sul nas cores de dó.

Uma voz que ouvi,
no fresco do mentol.
Gira a roca de desde já
solta o grito, salta o pó.

Roda a saia, dança e ri.
Vinho e salva em bemol.
Camomila neste chá,
cidreira e pão de ló.

Quadra doce que escrevi,
nas pétalas de um girasol.
Ceifa o trigo e vem cá,
pois eu canto e não canto só.

Mem Gimel Trismegistus

segunda-feira, fevereiro 07, 2005

Glauco


Posted by Hello

“Deus marinho de barba verde-acinzentada, largos ombros, braços azulados, pernas curvadas com barbatanas na extremidade; apaixona-se pela bela Cila, que apavorada pela súbita presença de Glauco, põe-se em fuga, pelas águas, pelas rochas, pelas cavernas submarinas.
Mas o amor do pobre deus era definitivo. Desesperado, ele lança-se em perseguição da ninfa, implorando, com gritos e prantos convulsos, que lhe conceda um pouco de atenção.
Impassível às súplicas, Cila continua na sua fuga. Tem por objectivo esconder-se num lugar tão secreto e inacessível que jamais o feio Glauco conseguiria encontrá-la.
Depois de inúteis buscas, o deus é obrigado a reconhecer a sua derrota. Apenas algum poder superior lhe facultaria conquistar o afecto da formosa ninfa. Um poder como o de Circe, a feiticeira.
Abatido, torturado, Glauco dirige-se para a ilha de Ea, onde morava a feiticeira, e, por entre suspiros e lágrimas, roga-lhe que o ajude a conquistar a tão amada ninfa.
Circe promete atendê-lo. Entretanto, acaba por se enamorar do feio deus. Não lhe importa o aspecto horrendo de Glauco: a sua riqueza de sentimentos fascina-a.
A mesma dolorosa peregrinação reinicia-se. Ao encalço do amado, Circe põe-se a percorrer os mares, sem descanso. Quando por fim os seus encantos de mulher se revelam insuficientes, ela recorre aos seus poderes ocultos. À sua habilidade de transformar pessoas em monstros. Decide fazer de Cila uma criatura tão horrenda e repulsiva que todo o amor de Glauco haveria de mudar-se para aversão.
Sem ser vista, a feiticeira derrama veneno nas águas de uma fonte onde a ninfa costumava tomar banho. Depois retorna para Ea e ansiosa, aguarda pelos resultados.
Cila mergulha na água enfeitiçada. O seu belo corpo esguio começa lentamente a transformar-se. Monstros horrorosos surgem à sua volta, com ensurdecedor alarido. A ninfa, amedrontada, procura fugir-lhes. Mas eles estão sempre a seu lado. Então Cila descobre que são parte de si mesma, nascem do seu corpo. Desesperada corre ao encontro de Glauco nos seus braços chora longamente. Ele também lamenta a beleza perdida, mas recusa-se a permanecer com a antiga ninfa. O grande amor não existe mais.
Cila retira-se para longe. Vai viver no estreito da Sicília, aterrorizando os mortais que antes a cortejavam, deslumbrados com a sua extraordinária beleza.
Na ilha de Ea, Circe inutilmente espera o retorno de Glauco. Revoltado com sua traição e crueldade, o pobre deus jamais quis visitá-la. E passou toda a existência cultivando a lembrança de uma ninfa bela e doce, que um dia se perdeu nos feitiços do ciúme.”

domingo, fevereiro 06, 2005

Luz


Posted by Hello
Um fino véu de seda cobre os teus seios.
És o amor que repousa no leito da vida.
No teu quarto celeste propaga-se o silêncio,
à luz de um sol que se difunde
nas paredes de um azul violeta do ocaso.
Apaixonei-me pela vastidão do teu corpo,
oculto pelos finos fios do vento.
As tuas cores refrescam um pensamento,
agitam as Musas
em todas as horas do tempo.
Mulher eterna, filha do divino,
de penas celestes nas asas do desejo
que surge ao ver
as amêndoas dos teus olhos
nos campos do infinito de um destino.
Repousas no leito dos sonhos de um poeta,
perdido nas paredes do momento.

terça-feira, fevereiro 01, 2005

Ser.

Seremos nós Poétas,
se Comparados com as palavras
daqueles que com a mestria das letras
conduziram e libertaram Povos?
Seremos nós Pintores,
se comparados com aqueles
que pintaram as cores da Liberdade?
Seremos nós Musicos,
se comparados com aqueles
que tocaram nas frentes de Batalhas?
Seremos nós Mendigos,
se comparados com aqueles
que morrem nas Ruas?

Mem Gimel Trismegistus

Alentejo...


Posted by Hello
Era uma vez

Um Lírio,
num mundo que tinha o nome de infinito
viu bravos a derramar o esforço
que condensava no orvalho da manhã.
Este, escutou o som de cantares,
as vozes de todo um povo
que semeou,
amassou
e talhou um pão.
Resumiu na partilha
a intensidade de um sol
que o germinou,
fez crescer
e levou.
Em todas as mãos encontrou um amigo,
em cada taberna o esquecimento
da batalha que o esperava pela aurora.

Tudo o que escrevo de ti,
minha terra, é apenas um grão do teu barro,
comparado à tua grandeza.

Meu alentejo, minha paixão.

Mem Gimel Trismegistus