segunda-feira, fevereiro 27, 2006

Jardim...

O tempo passa consoante o mistério do desejo. E não obstante o frio do Inverno a horizontalidade do pensamento do Homem acentua-se progressivamente aumentando ainda mais este frio.

Para cada lado que se olhe, neste jardim do Éden positivista, avistam-se pavões, todos eles embelezados com as suas penas coloridas da cultura que nada é mais do que a capacidade para reter o 1+1=2.

Um dia, ouvi uma frase como muitas metáforas que existem acerca do tema “No cemitério somos todos iguais”. Ora, o que faz um pavão sem as suas penas?

Assiste-se a um rebatimento constante da verticalidade do Homem nas dimensões que formam o plano da sua existência física, isto é, “hoje em dia os arranha céus são todos horizontais.”

Costumo dizer o conhecimento na sua forma “horizontal”, para além dos benefícios que trás ao Homem como é obvio, só serve para conversa de café e como pré requisito para os variadíssimos programas televisivos onde se pode ganhar dinheiro com ele. Porque o conhecimento quando dissociado da sabedoria é simplesmente uma pena de pavão que nasce.

Tomando a ideia formada com o corpo cedido pelo pensamento alquímico, escrevo aqui uma frase de José Manuel Anes.

“ A Alquimia, ou a arte do amor, desenrola-se por meio de uma técnica rigorosa, nessa zona da alma onde o interior se exterioriza e o exterior se interioriza.”


Mem Gimel

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Cronos

Tempo...Tempo...Tempo

Mem Gimel

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Alquimia

Procura a Mina.

“Solve et Coagula”

Constrói o Templo

Mem Gimel

segunda-feira, fevereiro 20, 2006

Cisne


Petrus P. Rubens-Leda e o cisne

A água limpa o corpo que se entrega ao inferno, a lua toma-o em seus braços.
As cinzas que cobrem a carne que conheceu a morte, revelam um cisne que ao erguer as asas ascende na direcção do sol.

Mem Gimel.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Vento

“ O artista é o intérprete dos segredos da alma e do seu tempo sem o desejar, como os verdadeiros profetas, e por vezes de uma forma inconsciente, como se fosse um sonâmbulo. Ele imagina que as suas afirmações provêm de si mesmo, mas na verdade é o espírito do tempo que fala pela sua boca, e se aquilo que ele diz existe é porque esse espírito age”
Carl G. Jung

“Os parágrafos seguintes foram retirados do Evangelho de Tomé. Um dos textos da biblioteca de Nag Hammadi, considerado como apócrifo pela Igreja Católica.

Disse Jesus
(…)
“Reconhece o que está diante dos teus olhos e o que está oculto a ti será desvendado. Pois não há nada oculto que não venha a ser manifestado”

(…)
“Este céu irá passar e aquele acima dele irá passar. Os mortos não estão vivos e os vivos não morrerão. Nos dias que consumistes o que estava morto, vós o tornastes vivo. Quando estiverdes morando na luz, o que fareis? No dia em que éreis Um vos tornaste dois. Mas quando vos tornaste dois, o que fareis?”

(…)
“Talvez os Homens pensem que vim lançar a paz sobre o mundo. Não sabem que é a discórdia que vim espalhar sobre a terra: fogo, espada e disputa. Com efeito, havendo cinco numa casa, três estarão contra dois e dois contra três: o pai contra o filho e o filho contra o pai. E eles permanecerão solitários”

(…)
“Aquele que conseguir compreender o mundo encontrou um cadáver e quem encontrou um cadáver é superior ao mundo”

(…)
“Aquilo que tendes irá vos salvar se o manifestardes. Aquilo que não tendes no vosso interior vos matará se não o tiverdes dentro de voz.”

Mem Gimel

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Oruboros

"En to Pan"
«Tudo é Um»

Mem Gimel

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Profetas

“Os poetas e os anjos são os profetas e os anjos da tua alma.”

Ibn ‘ Arabi

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Meditação



Mem Gimel

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

A Queda

O Homem olhava para o horizonte. Aquela estreita linha que ao longe estabelecia a fronteira entre o céu e a terra, teria sido o seu inicio e iria ser o seu fim.
Abraçando um fogo que descia do céu, na quietude, aguardava pelo sol nascente e no brilho do azul celeste, no branco que vestia, saudava os primeiros raios que desciam pelas encostas do tempo, filho de uma vontade superior, de um desejo de ser.

Nesse tempo, era ele um eixo do plano, sobre o qual as estrelas confirmavam o seu corpo e por isso mesmo, com o lápis da mente pintava no círculo celeste histórias secretas que apenas o amor podia compreender.

O mesmo horizonte onde o seu interior tinha o início impeliu-o a caminhar a seu encontro. Deixando para trás as colunas que sustentavam o seu templo, desceu as encostas do monte onde se encontravam os Deuses.

De tanto caminhar sobre o espaço, chamou o mesmo de infinito. Tanta foi a obra que encontrou que o sol despertou desde esse dia por detrás das nuvens e a sua alma, pela paixão e sucumbida pela magia dos sentidos, encontrou no corpo temporal a ilusão da esperança, o brilho efémero que do inicio apenas se recordava como uma fosca luz.

O vento erodia o corpo, a água arrastava-o nas suas correntes o fogo queimava-o e a terra sepultava-o, pois o mundo parecia-lhe infinito, infinito de mais para o recordar do seu inicio e do seu fim.

Dux Mem Gimel Trismegistus

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Morte

“Visita Interiora Terrae Rectificandoque Invenies Occultum Lapidem”

Mem Gimel

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

Batalha de Anghiari

Batalha de Anghiari

Leonardo Da Vinci

E porque não? Na ressaca dos códigos, uma das obras de Leonardo Da Vinci que acho fabulosas.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Dissolver

“ Como para o ordenamento da massa indigestiva,
a natureza utilizou primeiro a separação,
assim, toda a arte que vise a perfeição
deve seguir esta regra e senda manifesta.
A substância contém o excremento que a infesta,
seja pelo lodo terrestre ou por adustão,
Mas a arte, por lavagem ou calcinação,
usando água ou fogo, bane esta peste.
Só a industria da arte pode separar
e por meio de nova vida depois regenerar
tudo em tudo, isentando de todo o vício e alma pura.

Aquele que entende bem a arte de usar a água e o fogo
conhece os dois caminhos certos que levam pouco a pouco
ao mais altos dos segredos de toda a natureza”

Clóvis Hesteau de Nuysement