quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Sangue e Rosas


Posted by Hello
Da minha alma caem as sementes, que encontram no meu corpo a terra fértil que as faz germinar. Belas rosas vermelhas que no jardim do tempo encontraram o seu lugar. Vermelhas porque foram regadas pelo meu sangue, belas porque para elas foi projectada a luz e as trevas da minha vida, aos olhos do sol e do luar. Ciclos sem fim centrados no único ponto possível do universo, tu meu amor. A minha mão as colhe molho atrás de molho, com todos os espinhos que se atiram vorazes à minha pele. Gotas de sangue que caem sobre o meu corpo e de gotas de sangue o meu corpo se alimenta. É por ti, meu amor, que morro. É por ti que a minha vida se forma do sangue e do meu sangue se formam as rosas. Para que dia após dia coloques na jarra do teu quarto, no teu corpo de cristal rosas vermelhas, a minha vida, vermelhas por te amar. Na última rosa, estará o ultimo suspiro da minha ténue existência. Nesse dia, quando o meu corpo tombar, não me recordes pelas pétalas que no chão repousarem, nem pelo perfume que ainda teima em estar no ar. Recorda-me na imagem de uma rosa vermelha, vermelha do meu sangue, que foi derramado por te amar.

Mem Gimel Trismegistus

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Que profundidade tão inquietante :)
Mt belo...

1:54 da manhã  

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