sexta-feira, setembro 29, 2006

Deus

“A origem das coisas é inexplicável nos termos da nossa filosofia. Por mais longe que remontemos nas nossas pesquisas ás origens do mundo da manifestação, encontraremos sempre um estágio de existência anterior (Existência Negativa). É apenas quando aceitamos lançar o véu da existência negativa sobre o caminho que remonta aos primórdios que podemos obter uma base na qual se pode fundar a causa primeira. Essa causa primeira não é uma origem desprovida de raízes, mas, antes, uma Primeira aparição no plano da manifestação. A mente não pode ir mais além, mas devemos lembrar sempre que cada mente remonta a distâncias diferentes e para algumas, o véu deve ser lançado num determinado ponto e para outras noutro bem distante.

O Homem ignorante não vai além da concepção de Deus como um ancião, de longa barba branca, sentado num trono dourado e dando ordens à criação. O cientista caminhará um pouco mais antes de se ver obrigado a lançar um véu que chama de éter. O filósofo avançará ainda mais um pouco antes de lançar um véu que chama de absoluto, mas o Iniciado caminhará mais do que todos, pois aprendeu a avançar por meio dos símbolos e os símbolos são para a mente o que as ferramentas são para as mãos.”

Dion Fortune

quinta-feira, setembro 28, 2006

Morte pela Água

terça-feira, setembro 19, 2006

São Malaquias


Não ficando indiferente à recente onda de protestos que se gerou devido ao discurso de Bento XVI, decidi publicar este Post. Da minha posição neutra em relação a ambas as partes, teço uma opinião própria em relação a mais esta polémica religiosa que não é minha intenção aqui expor, uma vez que o mundo já anda demasiadamente dividido para se colocar mais uma calha na fenda e sobre esta dar mais umas pancadas. Deixemos que a Humanidade tome o curso que ela mesma decidiu e que ela mesma quer decidir.

Com este murmurinho que se espalha ao som de sentimentos de ofensa , ameaças, pedidos “informais” de desculpas, justificações, etc. e pensando nesse futuro próximo ou longínquo onde a humanidade se precipita, veio-me a mente falar acerca de São Malaquias.

Recuemos no tempo aproximadamente 900 anos. Corre o ano de 1094 e na cidade de Armagh nasce uma criança cujo nome de baptismo é Maelmhaedhoc e de nome de família O’Morgain.
Armagh terra natal de São Patrício, patrono da Irlanda, vê o seu filho crescer e tornar-se abade.

No ano de 1119, O’Morgain, foi ordenado padre. Passados somente 4 anos é nomeado Abade de Connor e um ano mais tarde Bispo de Connor. Progredindo na hierarquia eclesiástica, em 1132 é nomeado arcebispo de Armagh.

Em 1139, com 45 anos de idade, faz a sua primeira viagem a Roma com intuito de tratar assuntos, relacionados com a sua paróquia, com o Papa Inocêncio II. Em Roma está por volta de um ano, passado este tempo regressa à Irlanda.

Por volta do ano de 1148 pretende regressar a Roma, mas não consegue o seu intuito, acabando por falecer em Claraval nos braços de São Bernardo, seu grande amigo.

Da história deste sacerdote, para além da obra eclesiástica que operou na Irlanda, ficou algo muito mais misterioso e intrigante. Algo que lhe aconteceu no espaço de tempo que permaneceu em Roma. Maelmhaedhoc, mais conhecido pela versão latinizada do seu nome, Malaquias, mais tarde canonizado São Malaquias, foi atormentado durante a sua estadia em Roma por visões proféticas.

O conteúdo escrito destas visões ficou perdido nos meandros do Vaticano durante aproximadamente 400 anos, até que no ano de 1559 o historiador beneditino Arnold Wion mencionou no seu livro Lignum Vitae os mesmos. Desde aí, embora menos conhecidos que as profecias de NostraDamus, têm gerado opiniões diversas acerca dos mesmos.

São Malaquias profetisa a destruição da Igreja Católica com a queda de Roma. Não revelando abertamente as suas visões, ele cria uma lista com 112 Lemas, cada um correspondendo a um Papa e o fim da Igreja tal e qual como a conhecemos iria corresponder ao 112 Pápa da lista.

Os nomes dos papas surgem velados sob a forma de lemas escritos em latim.

O primeiro da lista é
EX CASTRO TIBERIS” – de um castelo no Tibre
Lema atribuído ao Papa Celestino II pontificado 1143-1144

O ultimo lema, a que corresponderá o último Papa é

PETRUS ROMANUS” – Pedro o Romano.

A esta Altura todos já se devem ter questionado, qual será o lugar que o papa actual, Joseph Ratzinger, ocupa na lista de são Malaquias.

Joseph Ratzinger surge na 111ª posição na lista, ou seja o penúltimo papa profetizado. Atribuído ao lema “GLORIA OLIVAE”

De acordo com Peter Bander no seu livro “As profecias de São Malaquias” vem

GLORIA OLIVAE
A gloria da oliveira


Bento XVI
Joseph Ratzinger
2005-

[em edições anteriores desta obra, Peter Bander (que faleceu em 2004) interrogava-se se este papa seria membro da ordem Beneditina, pois o próprio São Bento profetizara que antes do advento do fim do mundo a sua ordem lideraria triunfante a Igreja católica contra o mal. Os beneditinos são habitualmente conhecidos como os monges Olivetanos e a ordem de São Bento sempre afirmou que este papa sairia das suas fileiras. Dir-se-ia que quem quer que tenha iniciado esta tradição previu que o nome Bento estaria relacionado com este papa. Temos de esperar para ver se existirão outras razões para usar »a glória da oliveira» ao descrevermos o pontificado do papa Bento XVI]

Alguns intérpretes do passado não se pouparam a esforços para realçar que nas suas profecias, Malaquias, não refere especificamente que não haverá qualquer papa entre gloria olivae e o ultimo, petrus romanus. Por outro lado, também não menciona que haverá algum. “

É óbvio para todos que o mundo vive tempos conturbados. Deve o Homem aprender com a história, onde ela nos mostra que nada é eterno da forma como o conhecemos. No processo evolutivo, onde também consta a humanidade, o que hoje é corpo, amanhã será pó e do pó resultará uma nova peça animada com uma nova alma. Na natureza onde são tão visíveis as leis da causa efeito e da acção reacção, onde o equilíbrio temporal é procurado, também se aplicam ao Homem, pois o Homem também é um factor na natureza. Com isto devia ser o suficiente para o Homem tirar as suas elações.

Mem Gimel

terça-feira, setembro 12, 2006

Tábua Esmeraldina


Aqueles que procuram por vezes necessitam de um início. Em verdade, algo só se manifesta no caos, quando a vontade origina um ponto, em torno deste, um circulo com o raio de nós mesmos é traçado. Nesse espaço, pela potência da vontade expressa, o caos adquire ordem pelo desdobramento da mesma potência em misericórdia e força e assim, esse mesmo espaço, o eterno mar das trevas, adquire o carácter de sagrado e sobre ele Nasce o sol que é Belo.

A todos nós a resposta surge quando deve surgir. Assim sendo, Aqui ficam os princípios que indicam o caminho. Eles velam o ponto primeiro, de onde o retorno é impossível.

Mem Gimel

"-É verdade, sem engano, certo e muito verdadeiro; o que está em baixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está em baixo; por tais coisas se fazem os milagres de uma coisa só;

-Assim como todas as coisas são e procedem do Uno, pela mediação do Uno, assim todas as coisas nasceram desta coisa única, por adaptação;

-O Sol é seu pai, a Lua sua mãe. O Vento trouxe-a em seu ventre. A Terra o alimenta e é o seu receptáculo

-O Pai de tudo, o Telesma universal está aqui;

-A sua força permanece inteira quando se converte em terra;

-Separarás a terra do fogo, o subtil do espesso, suavemente, com grande habilidade;

-Sobe da Terra ao Céu e desce novamente à Terra e recebe a força das coisas superiores e das coisas inferiores;

-Por este meio obterás a glória do mundo e toda obscuridade se afastará de ti;

-É a força forte de toda força, pois vencerá toda coisa subtil e penetrará toda coisa sólida;

-Assim o mundo foi criado; disso sairão adaptações admiráveis cujo meio é dado aqui;

-Por isso me chamam Hermes Trismegisto, porque possuo as três partes da sabedoria do mundo inteiro;

-O que eu disse sobre a operação do Sol está completo."
Tábua Esmeraldina
Hermes Trismegisto

terça-feira, setembro 05, 2006

As classes dos Homens


No mundo existem várias classes de Homens que se dividem tendo em conta o seu desenvolvimento interior.
Aquilo que cada um é, e o estádio onde se encontra, resulta das mortes que passou, do julgamento dos actos que cometeu e da nova matéria que absorveu, fazendo dela aquilo que hoje tem consciência de ser.
As escolas de mistérios cuja origem reside na antiguidade, tem como função ensinar o Homem a elevar a sua consciência nos seus patamares, fazer o mesmo ascender a sua escada interior, a mesma que Jacob avistou no seu sonho. Assim sendo, para começar, cada um pode questionar-se a que classe pertence.

Segundo Edouard Schure, temos:

“ I – A primeira classe à qual pertencem a maioria dos Homens, é aquela que contém todos os Homens onde a vontade age sobretudo no corpo. Podemos chamá-los de instintivos. Eles são próprios não apenas aos trabalhos corporais, mas também ao exercício e desenvolvimento da sua inteligência no mundo físico, por consequência surgem no comercio e na industria.

II – No segundo grau do desenvolvimento humano, a vontade e por extensão, a consciência, reside na alma, ou seja, na sensibilidade accionada pela inteligência, que constitui o entendimento. Esses são os anímicos ou passionais. Segundo o seu temperamento são próprios a fazerem-se Homens de guerra, artistas ou poetas. É o caso da grande maioria dos sábios e dos Homens de letras. Eles vivem ideias relativas, modificadas pelas paixões ou margeadas por um horizonte limitado, sem se elevarem até à ideia pura e à universalidade.

III – No terceiro grupo, a vontade age principalmente no intelecto puro, separa a inteligência na sua função especial da tirania e das paixões e dos limites da matéria, o que dá a todas as suas concepções um carácter de universalidade. São os intelectuais. Esses Homens são os Heróis mártires da pátria, os poetas de primeira ordem, os verdadeiros filósofos e sábios, aqueles que, segundo Pitágoras e Platão, deveriam governar a Humanidade. Nesses Homens a paixão está extinta, sem ela nada se faz, mas entre eles, as paixões tornaram-se servas da inteligência, enquanto que na categoria precedente a inteligência é mais frequentemente serva das paixões.

IV – O mais alto ideal humano é realizado à regência da inteligência sobre a alma e sobre o instinto, acrescentam a vontade sobre todo o seu ser. Pelo domínio e posse de todas as suas faculdades, exercem uma grande liderança. Realizam a unidade na trindade humana (corpo, alma e espírito). Graças a essa concentração maravilhosa, que une todas as potências da vida, a sua vontade, projectando-se nos outros, adquire uma força ilimitada, uma magia radiante e criadora. Esses Homens tiveram diversos nomes na História, são os Homens Primordiais, os Adeptos, os Grandes Iniciados, Génios Sublimes que metamorfoseiam a humanidade. A providência envia-os de tempos a tempos a longos intervalos, como os astros no céu.”


Mem Gimel