segunda-feira, julho 17, 2006

Ponto


O mar é tão profundo e tão extenso o quanto o são os olhos que o vêm, a pele que o sente, o olfacto que o cheira, o paladar que o prova e os ouvidos que o escutam.


O caos, amorfo e infinito, aguarda na sua eternidade que uma gota se destaque. Uma cor, um cheiro, um toque, um som, um paladar.


Eis que em torno dessa gota um mundo se constrói, uma alma se expande.

Um raio de luz forma o eixo que fala aos Deuses. Aos anjos e demónios. Forma o eixo que aponta a qualquer estrela polar, marca o centro do universo, o centro do seu mundo.

Chamemos-lhe a sagrada vida na eternidade do caos.

Mem Gimel

segunda-feira, julho 10, 2006

Cultos - Wicca


Gerald Gardner

De longe sou a pessoa ideal para escrever acerca deste tema. Por outro lado, talvez pela minha distância consiga escrever sem tomar uma atitude partidária.

Uma forma de estar que se propaga a coberto da “normalidade” do dia a dia, mais ou menos notada pelos demais, é uma espécie de filosofia que aqueles que a seguem chamam de Wicca. Muito popular entre as camadas mais jovens, mas não só, assenta as suas bases na relação Homem Natureza.

Mas o que realmente o Wicca?
Resumidamente, a criação do sistema Wicca é atribuída a Gerald Gardner e vem ao conhecimento das massas por volta do ano de 1949 através do livro que o mesmo publicou – High Magic Aid. Embora a base do sistema provenha da bruxaria tradincional, o próprio Gardner admite que usou parte de textos retirados da Chave de Salomão.

No entanto as influências que este sistema recebeu são mais vastas. Estas influências resultam principalmente da vivência de Gardner ou seja, o mundo onde se movimentava Temos por exemplo bem patente influências da sociedade Golden Dawn, da OTO de Aleister Crowley e até mesmo da Maçonaria, sociedade da qual era iniciado.

No seu curto período de tempo, até aos dias que correm, esta filosofia sofreu aquilo que muitas filosofias sofrem, ou seja, o efeito das massas de consciências não treinadas e não desenvolvidas em planos mentais superiores. Motivadas por vários factores, quer interiores, quer exteriores, estas consciências procuram respostas noutras áreas. Muitas vezes pelo descontentamento ou a sensação do vazio que as suas crenças anteriores lhes faziam sentir, ou pela simples aventura. Deparando-se com obras que antes não tinham reparado, encontraram livros, milhares de páginas na net, etc,etc..Com este conhecimento tecem então a sua tomada de atitude em relação ao tema. No entanto, a consequência disto é a leitura incompleta do sistema simbólico, porque muito conhecimento não se passa através dos livros. Ainda por cima de toda a informação encontrada, poucos são aqueles que possuem a capacidade de separar o trigo do joio.

Desta forma, a filosofia Wicca corrente, não Iniciática, é uma completa aberração com contornos patéticos. Um sistema prático transformado numa religião de uma deusa e de um deus, seu consorte, Salpicando e colorindo a sua expressão com uma mitologia nórdica.
Analisando este movimento, facilmente se conclui que é o corpo do arquétipo “flower power” na sua expressão paz e amor.

O “verdadeiro” sistema Wicca enquadra-se nos sistemas práticos de magia.
Possui uma grande carga natural devido à influência legada pela bruxaria tradicional Bretã.
O seu objectivo principal é projectar a consciência do adepto em planos superiores, dominando-os e submetendo-os de forma a obter o conhecimento que permita o adepto controlar os planos inferiores.

O limite entre o bem e o mal situa-se na consciência de cada um e no alinhamento desta com os princípios regentes. Todas as atitudes tomadas devem ter em conta todas as forças que movimentam. É o conhecimento representado por Mercúrio que equilibra as paixões de Vénus.

Mem Gimel