terça-feira, setembro 19, 2006

São Malaquias


Não ficando indiferente à recente onda de protestos que se gerou devido ao discurso de Bento XVI, decidi publicar este Post. Da minha posição neutra em relação a ambas as partes, teço uma opinião própria em relação a mais esta polémica religiosa que não é minha intenção aqui expor, uma vez que o mundo já anda demasiadamente dividido para se colocar mais uma calha na fenda e sobre esta dar mais umas pancadas. Deixemos que a Humanidade tome o curso que ela mesma decidiu e que ela mesma quer decidir.

Com este murmurinho que se espalha ao som de sentimentos de ofensa , ameaças, pedidos “informais” de desculpas, justificações, etc. e pensando nesse futuro próximo ou longínquo onde a humanidade se precipita, veio-me a mente falar acerca de São Malaquias.

Recuemos no tempo aproximadamente 900 anos. Corre o ano de 1094 e na cidade de Armagh nasce uma criança cujo nome de baptismo é Maelmhaedhoc e de nome de família O’Morgain.
Armagh terra natal de São Patrício, patrono da Irlanda, vê o seu filho crescer e tornar-se abade.

No ano de 1119, O’Morgain, foi ordenado padre. Passados somente 4 anos é nomeado Abade de Connor e um ano mais tarde Bispo de Connor. Progredindo na hierarquia eclesiástica, em 1132 é nomeado arcebispo de Armagh.

Em 1139, com 45 anos de idade, faz a sua primeira viagem a Roma com intuito de tratar assuntos, relacionados com a sua paróquia, com o Papa Inocêncio II. Em Roma está por volta de um ano, passado este tempo regressa à Irlanda.

Por volta do ano de 1148 pretende regressar a Roma, mas não consegue o seu intuito, acabando por falecer em Claraval nos braços de São Bernardo, seu grande amigo.

Da história deste sacerdote, para além da obra eclesiástica que operou na Irlanda, ficou algo muito mais misterioso e intrigante. Algo que lhe aconteceu no espaço de tempo que permaneceu em Roma. Maelmhaedhoc, mais conhecido pela versão latinizada do seu nome, Malaquias, mais tarde canonizado São Malaquias, foi atormentado durante a sua estadia em Roma por visões proféticas.

O conteúdo escrito destas visões ficou perdido nos meandros do Vaticano durante aproximadamente 400 anos, até que no ano de 1559 o historiador beneditino Arnold Wion mencionou no seu livro Lignum Vitae os mesmos. Desde aí, embora menos conhecidos que as profecias de NostraDamus, têm gerado opiniões diversas acerca dos mesmos.

São Malaquias profetisa a destruição da Igreja Católica com a queda de Roma. Não revelando abertamente as suas visões, ele cria uma lista com 112 Lemas, cada um correspondendo a um Papa e o fim da Igreja tal e qual como a conhecemos iria corresponder ao 112 Pápa da lista.

Os nomes dos papas surgem velados sob a forma de lemas escritos em latim.

O primeiro da lista é
EX CASTRO TIBERIS” – de um castelo no Tibre
Lema atribuído ao Papa Celestino II pontificado 1143-1144

O ultimo lema, a que corresponderá o último Papa é

PETRUS ROMANUS” – Pedro o Romano.

A esta Altura todos já se devem ter questionado, qual será o lugar que o papa actual, Joseph Ratzinger, ocupa na lista de são Malaquias.

Joseph Ratzinger surge na 111ª posição na lista, ou seja o penúltimo papa profetizado. Atribuído ao lema “GLORIA OLIVAE”

De acordo com Peter Bander no seu livro “As profecias de São Malaquias” vem

GLORIA OLIVAE
A gloria da oliveira


Bento XVI
Joseph Ratzinger
2005-

[em edições anteriores desta obra, Peter Bander (que faleceu em 2004) interrogava-se se este papa seria membro da ordem Beneditina, pois o próprio São Bento profetizara que antes do advento do fim do mundo a sua ordem lideraria triunfante a Igreja católica contra o mal. Os beneditinos são habitualmente conhecidos como os monges Olivetanos e a ordem de São Bento sempre afirmou que este papa sairia das suas fileiras. Dir-se-ia que quem quer que tenha iniciado esta tradição previu que o nome Bento estaria relacionado com este papa. Temos de esperar para ver se existirão outras razões para usar »a glória da oliveira» ao descrevermos o pontificado do papa Bento XVI]

Alguns intérpretes do passado não se pouparam a esforços para realçar que nas suas profecias, Malaquias, não refere especificamente que não haverá qualquer papa entre gloria olivae e o ultimo, petrus romanus. Por outro lado, também não menciona que haverá algum. “

É óbvio para todos que o mundo vive tempos conturbados. Deve o Homem aprender com a história, onde ela nos mostra que nada é eterno da forma como o conhecemos. No processo evolutivo, onde também consta a humanidade, o que hoje é corpo, amanhã será pó e do pó resultará uma nova peça animada com uma nova alma. Na natureza onde são tão visíveis as leis da causa efeito e da acção reacção, onde o equilíbrio temporal é procurado, também se aplicam ao Homem, pois o Homem também é um factor na natureza. Com isto devia ser o suficiente para o Homem tirar as suas elações.

Mem Gimel