Qual a palavra que quantifica o querer?
Qual a palavra que é o cálice que recolhe lágrimas que caem por saudade?
Qual a palavra que dita pelos nossos lábios, que na simplicidade do ser, como as mãos mestras de um oleiro, na fusão do espírito com a forma, moldam o ar e numa face criam a peça única e profunda que tem por nome, sorriso?
Palavras e palavras.
Rimas e rimas.
O que são elas?
O que são elas se não forem providas de sentimento?
Ninguém necessita de ser poeta, escritor ou mestre da pena, para criar em outrem ou nele próprio esse sorriso, o mesmo que transporta qualquer um, do negro do dia, para a luz divina que se nota através do brilho do olhar.
Essa palavra, carregada com toda a força de um desejo, na forma límpida de um sentimento não irá necessitar de surgir rodeada de muitas outras. O seu poder confere-lhe uma magia inerente, mesmo que surja só, a propagar-se pelo ar ou numa folha branca de papel.
Simples de entender por todos aqueles que concluem que é a simplicidade, a singularidade que move o Homem. Esse mesmo que irá verter as suas lágrimas sobre o cálice, sorrir para um olhar ou para ele próprio.
E na magia, no mundo da alquimia da alma, adquire a forma de ouro. De um valor incalculável de um brilho perpétuo, assenta sobre os pilares dos elementos, Fogo, Ar, Água e Terra. Pairando no sopro do espírito, desloca-se em todo o tempo, tomando o significado a que os verdadeiros sábios e mestres compreendem como sendo vida.
Essa palavra é:
Amor
Dux Mem Gimel Trismegistus