quarta-feira, março 23, 2005

Anima Mundi


Pergunto-me como será o maior sonho da Humanidade?

Qualquer um de nós tem os seus sonhos, os quais de uma forma generalizada têm um denominador comum, a felicidade. Esse estado que nos faz sentir que tudo valeu a pena, que todo o sofrimento, foi somente uma estação, um inverno, onde as frágeis sementes foram semeadas, inundadas pelas chuvas das duvidas. No entanto, se o terreno for firme e fértil, e o sonho for merecedor, algo mágico acontece pelas mãos de uma primavera, um rebento surge, num campo antes árido e rugoso. O desejo de crescer e tocar o sol faz crescer essa planta, faz crescer esse sonho.

Sim, continuam a existir chuvas e vendavais mesmo na primavera, mas o desejo, o acreditar que é possível chegar ao céu, fazem essa planta subir, como um guerreiro que combate dia a dia os exércitos dos elementos, como um Homem combate o exército da forma.

Quantos sonhos já alcançamos? E quantos pretendemos alcançar?
Só nós mesmos os sabemos. Quantos no entanto foram já alcançados e no entanto uma sensação de vazio surge no que parecia ser o céu? Quantas pessoas dizem que têm tudo, mas no entanto não possuem nada?
A resposta, àquilo que todo o Homem procura, o porquê, está nele próprio. Está no facto de aceitar a morte, porque o céu não é o limite, porque o mundo é a sombra apenas do que possui dentro de nós, já Platão o dizia.

Como cada um em separado, também a Humanidade procura esta felicidade, e apenas a encontrará quando nós, formando um todo, tivermos a consciência de nós próprios, a consciência de que somos seres em evolução, em constante aprendizagem e que o eterno está dentro de nós, na forma como amamos, na forma como queremos, na forma como construímos a nossa individualidade. Tendo a consciência que somos, apenas uma célula do todo e por isso mesmo somos divinos.

Todos podemos contribuir para o sonho da Humanidade, da mesma forma que nos empenhamos nos nossos. Basta apenas acreditar, basta apenas dar uma mão a quem está ao nosso lado, porque se Deus existe, ele é o conjunto de todos nós, de todo o universo, cujo uno forma o seu corpo, o seu movimento a sua vida o movimento que também é o nosso.

O que escrevi, apenas são palavras, mas sinto-me feliz ao escreve-las...


Dux Mem Gimel Trismégistus