quarta-feira, março 29, 2006
sexta-feira, março 24, 2006
quinta-feira, março 23, 2006
terça-feira, março 21, 2006
Primavera
Como uma maré que é aguardada, assim, no dia 20 de Março pelas 18:26, aproximadamente, iniciou-se a enchente da maré da primavera, cujas águas banham as terras de um país e o consciente e inconsciente do Homem que o habita.
O negro da obra ficou para trás e aos poucos, aguardando pela prima luna que se segue ao equinócio, o minério caminha para o branco e aguarda ser difundido através dos quatros ventos que sopram e que o vão levar a todos os cantos desta terra. Ventos estes que tecidos formam a rede que envolve o corpo, rede esta que tem por nome Amor. Assim, brotam as flores que aguardam com o sorriso da certeza da vida que gotas de orvalho se depositem nas suas cores.
Se ao Homem, durante as trevas do Inverno é lhe pedido inconscientemente que acredite, na primavera, obtém a germinação da sua semente interior, cuidada com todo o seu esforço. A árvore ainda não dá fruto, é somente uma frágil planta, mas o inicio tomou forma aos olhos do Homem.
São Francisco de Assis dizia que “ O maior mestre encontra-se na natureza” O elo perdido com os poderes do tempo encontra-se em cada um. Transcrevendo Carole Sedillot
“A luz esconde-se no coração das trevas e o acto do ser Humano aceitar perder-se nesse labirinto obscuro da mente transporta em si mesmo o brilho luminoso do renascimento. A tristeza mortífera contida na obra ao negro deve lugar a uma esperança redentora que liberta a matéria do seu peso e convida a participar nas alegrias do espírito.”
Os mitos são realidades da alma. Compreendê-los e levá-los no sangue impelidos pela força do coração desta verdade, é lançar sob o próprio corpo o fogo alquímico purificador.
Assim, compreenderam todos aqueles que como Prometeu, transportaram consigo o facho de luz, sentido no seu próprio corpo a ferida de iluminar o Homem. Assim compreenderam todos os sábios desde Oriente a Ocidente. Assim reinam nesta maré, Isis e Hathor o corpo de Horus. Assim volta Persefone para ver a sua mãe, Demeter. Assim na Babilónia Ishtar criava.
A vida está por detrás da morte e os mistérios da vida estão por detrás do sorriso de uma criança.
Festeje-se a vida, este é o meu manifesto, o meu apelo à esperança e à luta de que o possível apenas depende de cada um.
O ouro interior de cada um deve ser trazido ao mundo para que do alto a pomba branca voe e pouse na mão do Homem.
Mem Gimel.
O negro da obra ficou para trás e aos poucos, aguardando pela prima luna que se segue ao equinócio, o minério caminha para o branco e aguarda ser difundido através dos quatros ventos que sopram e que o vão levar a todos os cantos desta terra. Ventos estes que tecidos formam a rede que envolve o corpo, rede esta que tem por nome Amor. Assim, brotam as flores que aguardam com o sorriso da certeza da vida que gotas de orvalho se depositem nas suas cores.
Se ao Homem, durante as trevas do Inverno é lhe pedido inconscientemente que acredite, na primavera, obtém a germinação da sua semente interior, cuidada com todo o seu esforço. A árvore ainda não dá fruto, é somente uma frágil planta, mas o inicio tomou forma aos olhos do Homem.
São Francisco de Assis dizia que “ O maior mestre encontra-se na natureza” O elo perdido com os poderes do tempo encontra-se em cada um. Transcrevendo Carole Sedillot
“A luz esconde-se no coração das trevas e o acto do ser Humano aceitar perder-se nesse labirinto obscuro da mente transporta em si mesmo o brilho luminoso do renascimento. A tristeza mortífera contida na obra ao negro deve lugar a uma esperança redentora que liberta a matéria do seu peso e convida a participar nas alegrias do espírito.”
Os mitos são realidades da alma. Compreendê-los e levá-los no sangue impelidos pela força do coração desta verdade, é lançar sob o próprio corpo o fogo alquímico purificador.
Assim, compreenderam todos aqueles que como Prometeu, transportaram consigo o facho de luz, sentido no seu próprio corpo a ferida de iluminar o Homem. Assim compreenderam todos os sábios desde Oriente a Ocidente. Assim reinam nesta maré, Isis e Hathor o corpo de Horus. Assim volta Persefone para ver a sua mãe, Demeter. Assim na Babilónia Ishtar criava.
A vida está por detrás da morte e os mistérios da vida estão por detrás do sorriso de uma criança.
Festeje-se a vida, este é o meu manifesto, o meu apelo à esperança e à luta de que o possível apenas depende de cada um.
O ouro interior de cada um deve ser trazido ao mundo para que do alto a pomba branca voe e pouse na mão do Homem.
Mem Gimel.
sexta-feira, março 17, 2006
Portugal
Queixas e mais queixas, que o povo desta minha pátria faz entoar aos quatro ventos. Todo país aponta o dedo a todo a todo o país. Todo o país especula sobre o porquê do estado deste Portugal secular. Educação, Civismo, o que está a afectar a alma das gentes lusas?
Pois bem, enquanto se tentam encontrar explicações em pontos vãos eu aponto o dedo à ferida que gera toda esta dor. Onde está o patriotismo? Onde está a consciencialização de todos os símbolos nacionais? Onde está o sentimento heróico do ser português?
Quando se esquece a história, e em vez de se erguer os braços e lutar, fixando a consciência nos quase 900 anos de história que possuímos, o português esquece aquilo que é, influenciado por todos aqueles que sempre desejaram possuir aquilo que temos, uma alma universal, capaz das maiores façanhas.
O hino nacional deveria ser entoado em todas as escolas. Camões, Pessoa, Natália Correia e todos aqueles que contribuem e contribuíram para o levantar da Alma lusa deviam ser divulgados em todos os média. Pinturas do mestre Lima de Freitas e outros tantos deveriam cobrir muitas paredes.
Cada um deve ter a consciência daquilo que é, e do amor que tem a bela pátria que é Portugal. Exaltar a Alma Lusa é inverter o processo da sua extinção.
Aqui fica o último poema que Pessoa deixou na sua “Mensagem”. Para todos aqueles que não leram, dignem-se a ler e para todos aqueles que não sentiram, dignem-se a sentir.
“Nevoeiro
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço de terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
É a Hora!
Fernando Pessoa “
Mem Gimel
Pois bem, enquanto se tentam encontrar explicações em pontos vãos eu aponto o dedo à ferida que gera toda esta dor. Onde está o patriotismo? Onde está a consciencialização de todos os símbolos nacionais? Onde está o sentimento heróico do ser português?
Quando se esquece a história, e em vez de se erguer os braços e lutar, fixando a consciência nos quase 900 anos de história que possuímos, o português esquece aquilo que é, influenciado por todos aqueles que sempre desejaram possuir aquilo que temos, uma alma universal, capaz das maiores façanhas.
O hino nacional deveria ser entoado em todas as escolas. Camões, Pessoa, Natália Correia e todos aqueles que contribuem e contribuíram para o levantar da Alma lusa deviam ser divulgados em todos os média. Pinturas do mestre Lima de Freitas e outros tantos deveriam cobrir muitas paredes.
Cada um deve ter a consciência daquilo que é, e do amor que tem a bela pátria que é Portugal. Exaltar a Alma Lusa é inverter o processo da sua extinção.
Aqui fica o último poema que Pessoa deixou na sua “Mensagem”. Para todos aqueles que não leram, dignem-se a ler e para todos aqueles que não sentiram, dignem-se a sentir.
“Nevoeiro
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço de terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
É a Hora!
Fernando Pessoa “
Mem Gimel
quinta-feira, março 16, 2006
Natália Correia
Natália Correia
13 de Setembro de 1923 – 16 de Março de 1923
Auto-retrato
Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
Natália Correia
terça-feira, março 14, 2006
segunda-feira, março 13, 2006
quinta-feira, março 09, 2006
ARS AURIFERA I
Do soneto que sémen e ovo inclui
Tal, prévio à queda, o ser original,
A primeira estrofe é fêmea e flui
Húmida e dócil ao coito mineral
Que outra estância supõe. Nela a possui
O pai plasmante p'ra que seja igual
O céu e a terra: amor que restitui
Ao início unicaule o bem o mal.
Ó verso essente! Concluso o hermafrodita,
Flamejante desponta com seis pontas
A estrela que ao poeta sela os lábios:
Misterioso nó que em sacra escrita
Cimos e abismos une. E ficam prontas
As letras em que chispa a luz dos Sábios.
Natália Correia
Mem Gimel
Tal, prévio à queda, o ser original,
A primeira estrofe é fêmea e flui
Húmida e dócil ao coito mineral
Que outra estância supõe. Nela a possui
O pai plasmante p'ra que seja igual
O céu e a terra: amor que restitui
Ao início unicaule o bem o mal.
Ó verso essente! Concluso o hermafrodita,
Flamejante desponta com seis pontas
A estrela que ao poeta sela os lábios:
Misterioso nó que em sacra escrita
Cimos e abismos une. E ficam prontas
As letras em que chispa a luz dos Sábios.
Natália Correia
Mem Gimel
quarta-feira, março 08, 2006
Alma
Caronte
Véspera do Prodígio
Além do sol, além do Sete-Estrelo
Uma última Tule me subentende.
O caminho pra mim não sei. Sabe-lo
Será ciência que a morrer se aprende?
Passo ou sou? Deuses, quem quebra o selo?
Quando entro em mim outrem me surpreende
Que um génio zombador tem por modelo.
Onde o esquivo lar desse duende?
Seja quem for o eu que em mim recluso
Alheio fado cumpre, é vácuo o uso
Que do Dom de pensar em vão fazemos.
Melhor é ir. Atravessar o muro,
Seguir na barca que passa o golfo escuro
E ao Grande Enigma abandonar os remos.
Natália Correia
Simplesmente belo. E se é belo é eterno e se é eterno, apenas as mentes entendem.
Mem Gimel