quinta-feira, março 09, 2006

ARS AURIFERA I

Do soneto que sémen e ovo inclui
Tal, prévio à queda, o ser original,
A primeira estrofe é fêmea e flui
Húmida e dócil ao coito mineral

Que outra estância supõe. Nela a possui
O pai plasmante p'ra que seja igual
O céu e a terra: amor que restitui
Ao início unicaule o bem o mal.

Ó verso essente! Concluso o hermafrodita,
Flamejante desponta com seis pontas
A estrela que ao poeta sela os lábios:

Misterioso nó que em sacra escrita
Cimos e abismos une. E ficam prontas
As letras em que chispa a luz dos Sábios.

Natália Correia

Mem Gimel

1 Comments:

Blogger isabel mendes ferreira said...

oh misterioso e aurífero que assim dominas....:)



bom dia.


um beijo. por tudo.

9:21 da manhã  

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