Que Noite..

Sabem, olho pela janela do meu quarto e digo.

– Como é bela a Noite. No escuro nasci e escuro se fara quando os meus olhos fecharem ao morrer.

Mas, até essa Noite chegar digo, como é bela a Noite.

Ebionitas

“ Mestre - Sois Ebionita?”

“ Iniciado – Três iniciaram-me, cinco completaram-me e sete fizeram-me perfeito “

“ Mestre – Filho bendito do nome sagrado, o sublime numero 9, simbolizado na verdade, é o ultimo ideal do esforço Humano, o símbolo da verdade Divina; podes entrar e iluminar-te com as luzes celestes que aclaram esta assembleia de sábios”

Origem

Um dia chegará o momento
de as asas saborearem o vento.
O dia em que uma bandeira desfraldada
ondulará com a harmonia de uma nota.
O rufar de tambores soará
e o Homem
irá erguer-se para o céu
e irá ver uma águia,
a águia de Alexandre.
No seu punho irá portar o escudo de Aquiles
e em sua mão estará o fogo de Hefesto.
Irá ver a face de um Deus Hebraico,
de uma Isis e Horus.
Pela flauta do tempo
irá soar o som de estrelas e galáxias.
As luzes divinas irão se erguer
pelos mastros de caravelas,
pelas madeiras das lanças
e alcançarão as vozes,
que enebriantes e envolventes,
ao vento espalharão a palavra eterna,
a palavra da luz memorável
do que foi o primeiro instante,
aquele em que Deus respirou
e o Homem nasceu.

Mem Gimel

Arvore

 

Quão grande é o prazer e o deleite,
assim como bela é a certeza do nada.
Liberdade que sinto em cada obra.
Liberdade que tenho em sorrir.
Liberdade de poder ser tolo.
Liberdade de poder ser quem sou..
Liberdade de dizer que não sei.
Liberdade de poder sonhar.

Apenas abro os meus braços ao mundo
e subo ao topo dos topos
e grito com a força dos sonhos que não sou ninguém.

Mil vezes saber que nada sei.
do que passar uma vida frustada,
com a raiva de querer mostrar ao mundo
que as leis do universo são erroneas,
pois o sol sou eu.

Will It's Power
Mem Gimel

Anna

Moradas nórdicas dos ventos do ártico
Raios polares de auroras douradas.
Água cristal, em forma de neve,
verde perpétuo, azul sem fim.
Sonhos do sol
e amor pelo calor.
Saudades em tela
Da areia e deste sal.
Flor que cresce
em campo estranho.
Flor saudosa
desta terra de Portugal.

Imagino as camomilas
imagino-te como igual.
Rubros lábios de amora,
a pele de seda,
cabelos de sol
e perfume divinal.

Essências do sol
Num olhar que desconheço
Uma alegria que sinto
Nesse sorriso de cristal.

Chamar-te-ia Norte,
Lago azul e profundo.
Chamar-te-ia poema,
ou rima casual.
Chamo pelo teu nome,
ó flor de Portugal.
Anna.

Dedicado a Anna, um Sol na Suécia

Will It's Power.
Mem Gimel

Cisne

Quando um cisne canta,
ha quem diga que ele chora o que perdeu.
Pelas manhãns e ao por do sol o seu canto entoa pelo espelho das águas.
Um som mágico que acompanha o acto da luz e das trevas.
Até ao fim dos seus dias, escolhe a solidão,
fiel ao amor que partiu.
O seu canto, só ele o compreende,
a sua dor só ele a sente.

Perde Aquele que tem.
Ganha aquele que nunca teve....


Mem Gimel

Memória

Por uma lágima apenas...
Por uma lágrima apenas suplica o mendigo dos meus lábios.
Aurora de um dia.
Espiga de trigo da seara de Agosto.
Onde estás calor de uma tarde?
Sol poente, horizonte de um momento!?
Cantigas, que na memória te canto,
perguntando-me se algum dia fui amado.
Mas a ferro e fogo gravei no coração,
a memória de um dia ter-te beijado
e nesse subtil acto
comunguei com todo o universo
a verdade unica e possivel,
Amei-te.
Perdi a tua forma no espaço que me rodeia,
mas no silêncio,
na luz e escuro do meu quarto,
construí a tua imagem com o sangue do meu amor,
com o teu perfume fresco de outono,
com o teu sorriso traquinas,
com o teu olhar de menina inquieta.
Crucifiquei-me com as minhas próprias palavras,
com uma dor de anoitecer,
resta-me apenas e somente estender a mão ao mundo
e oferecer aquilo que me matou,
o sonho das palavras
embebidas por o sumo do amor
derramado do meu coração aberto,
do cálice da minha vida.

Mem Gimel

Aço 

Plano

Galhos ocos.
Rouxinóis mortos.
Penas quebradiças
Verdades mestiças.

Fado te abraço.
Estupidez do aço.

Emoções contidas.
Sentimentos aprisionados.
Pelo valor
e pelo pecado.

Fogo da sorte.
Dá-me o mote.
Para quê?
Para a morte.

Ilusão do plano.
Altivo e soprano.
Temor do inferno.
Cuidado!
Com a verdade que revelas.
Com a pureza da alma,
com a beleza que enterras.


Mem Gimel

Noite 

Um dia

Pensei dar-te o perfume dos lírios que nascem na primavera.
Mas foi então que vi,
que tu és a água e a terra que os faz crescer,
a brisa que espalha o seu odor por todo o espaço.


Will It's Power
Mem Gimel

União 

Palavra

Sou patrono dos desejos.
O centro dos sentimentos.
A luz que ofusca.
E quem sou eu?
A pura ilusão de ser...

E eu?
Sou dono de um grão do mundo.
Dono de mim próprio.
O mestre dos deuses,
o criador das ilusões...

E tu quem és?
Ilusão ou realidade?
Imperador ou imperatriz?
De que império?

De ti me rio,
falsa certeza.
Harmonia disforme...

Que piada.
Que graça...
Que suspiro...

De que acusação sofre esta palavra
Esta palavra?...P A L A V R A..
Será perfeita, por ser sete?
Nannn...
Acusada de ter sido escrita.

Condeno-te
És acusada, ó palavra.
Porquê?

Porquê, me perguntas porquê?
Simples.
Existes.


Will It's Power
Mem Gimel

Luz