Simbolos - Pentagrama
Uma definição muito sucinta de símbolo pode ser: Um elemento que sintetiza uma ideia e que possui o poder de transmitir essa mesma ideia quando invocado à mente.
Embora a definição anterior seja incompleta, serve para o propósito deste post, falar acerca de símbolos e de um em particular.
Uma divisão muito rápida do universo dos símbolos, pode ser feita em dois grandes grupos. De um lado temos os símbolos “particulares”, por exemplo um símbolo representavivo de uma associação, grupo, etc. e os símbolos “universais” como por exemplo figuras geométricas.
Quando queremos interpretar e traduzir para o mundo mundano a ideia associada a um símbolo, a maior parte das vezes acabamos por: ou não ter as palavras necessárias que descrevem certo estado, ou a capacidade mental necessária para avançar no universo simbólico, revelando-se este como uma verdadeira selva onde um explorador descuidado se perde muito facilmente.
No que diz respeito aos símbolos universais, uma vez que estes surgem em várias culturas, associados geralmente aos mesmos princípios, podemos utilizar essa mesma cultura como suporte para a interpretação do símbolo de maneira a poder expor o seu significado, ou parte deste a um público.
Para um ocidental, embora para alguns possa parecer estranho, as ferramentas fornecidas pela cultura Hebraica são as ideais quando se pretende atingir determinadas ideias, associadas a determinados símbolos, devido a forte influência que esta cultura deixou no inconsciente colectivo do Europeu.
Deixando também bem presente que, por se utilizar o universo mitológico de determinada cultura não significa que essa cultura seja dona e senhora do símbolo, apenas que como cada ideia trás consigo mais ideias é sempre mais fácil abordar o pretendido utilizando uma vertente cultural conhecida do que uma que não nos diga absolutamente nada, como, por exemplo, a leitura de qualquer mito polinésio sem conhecimento prévio dos seres divinos intervenientes, iria deixar qualquer um quando terminasse a leitura da mesma forma com que a iniciou.
É também importante que o leitor se dissocie de ideias pré-concebidas que tenha do símbolo e parta para a aventura da descoberta do símbolo como se nada soubesse, de forma a atingir a essência na sua forma mais pura, mesmo que no final verifique aquilo que já conhecia dele.
Alerto também para o facto que o uso indevido de um símbolo pode levar à associação e atribuição de ideias e princípios erróneos ao mesmo. Um bom exemplo disto é a Cruz Suástica, que devido ao seu uso por parte de um partido, teve o seu significado completamente desvirtuado do seu sentido real, passando a ser vista pela maior parte das pessoas como algo associado a uma guerra, ao genocídio e a todos os aspectos negativos de uma ideologia que tomou como figura representativa esta figura geométrica.
Com toda esta introdução, abordemos agora o tema principal do post, o Pentagrama.
O Pentagrama, um dos símbolos mais amados e ao mesmo tempo mais odiados deste mundo e sobretudo pelo não conhecimento do mesmo e pela porta que o mesmo pode abrir ao nível do conhecimento.
Associado a práticas mágicas, associado a práticas satânicas, amuleto de sorte, indiferente, etc. uma coisa é certa, é conhecido para a maior parte das pessoas mesmo que careça ou não de significado para elas.
Para entender o Pentagrama é essencial compreender o significado ou a ideia que a cruz representa.
Longe de ser um símbolo de origem cristã, a Cruz, provavelmente foi um dos primeiros símbolos que a humanidade desenhou e pode ser encontrado em várias culturas espalhadas pelo mundo, independentemente da intrusão missionária no seio das mesmas.
Uma das primeiras ideias que a cruz trás à mente é a existência de um ponto central do qual irradiam quatro rectas e se colocarmos na mente uma cruz simétrica, temos quatro rectas iguais. Então, sem qualquer dificuldade de associação é fácil compreender que à cruz está associado o número 4.
A partir da agora farei uso de parte da Mística Hebraica. Não aquela que seria de esperar por alguns, mas aquela que permite avançar em muitos mistérios velados em textos desse povo.
A cada letra do alfabeto hebraico corresponde um Número e Uma palavra que a mesma letra representa. O alfabeto hebraico é constituído por 22 letras e na escrita das palavras, não é utilizada qualquer vogal, pelo menos nos textos antigos.
A partir daqui apelo à capacidade imaginativa de cada um e ao limite da mesma pelo uso da analogia.
Quatro são os elementos, quatro são os estados da matéria e quatro são os estados do cosmos, quatro são as letras que formam o maior nome de Deus
Traduzindo YHVH
Como disse anteriormente, a escrita hebraica, não continha vogais daí que a transmissão dos mistérios tinha de ser efectuada oralmente, pois o som completava o conhecimento da palavra escrita. Tão forte é o poder de pronunciar este nome, que ao longo dos tempos a sua pronúncia foi sendo ocultada. Quando surgia nos textos os sacerdotes utilizavam outros nomes para substituir o Maior nome de Deus, tal facto ficou escrito na Passagem “ Não pronunciarás o nome do teu Deus em vão”
A tradução mais conhecida por todos é
YeHoVaH ou Jeová, DEUS
A cada Recta da Cruz corresponde uma letra do nome sagrado, cada recta da cruz forma um estado cósmico e a sua totalidade representada nesse símbolo representa Deus tornado manifesto.
A letra
( traduzindo, shin) Significa espírito, e sendo ela a mãe do fogo, é ela que vai purificar o impuro.
Assim, no processo da génese, o cinco é consequência do quatro, assim o é numa escala evolutiva, assim o é numa escala numérica. O mundo, a matéria, Deus ao se fazer manifesto, pôs em movimento a necessidade de compreensão de si mesmo. Atingir a iluminação interior traduz essa procura. Desta forma o cinco resulta da vitória da unidade interior sobre o quatro, resulta da purificação interior pelo poder luz sobre a matéria.
Assim, desta conquista resulta a palavra
Traduzindo, YHShVH,
formada apartir de YHVH, sobre a qual o Sh (Shin) desceu e ocupou o Ponto Central da mesma, e de onde, no seu trono, governa e ordena os elementos. Esta palavra é conhecida na forma YeHeShUaH que significa DEUS-HOMEM e é o nome que foi atribuído a Jesus. Mas não apenas a Jesus, mas a outros grandes homens que incorporaram o arquétipo do número cinco, cujo símbolo é o Pentagrama: Rama, Krishna, Hermes, Orfeu, Jesus, Buda. Todos eles foram o Homem Perfeito, o mesmo que Da Vinci representou com o seu Vitruvio.
Mem Gimel