quarta-feira, setembro 07, 2005

No cais

Sentei-me no cais. É impossível tirar alguma memória de mim ou ausentar-me dos meus sonhos. Desejava ser criança para me perder no mundo da ilusão, num mundo imaginado, perfeito aos meus olhos, o meu mundo. A manhã seria sempre mágica e por entre a azáfama daquela gente, nas brincadeiras dos miúdos descobria novas terras. Epopeias deslizavam como berlindes, heróis do nada e do tudo eram invocados adquirindo vida momentaneamente através do sopro das emoções que brotavam espontaneamente daqueles corações inocentes, ingenuamente felizes. A mesma felicidade que o Homem, frio como as pedras beijadas pela bruma, abandonou ao crescer.

As horas daquela manhã passavam e assim, como o tempo da minha vida também um dia terminaria, novamente sobre a grande roda da vida iria ter o prazer de voltar a ser criança.


Dux Mem Gimel Trismegistus

1 Comments:

Blogger isabel mendes ferreira said...

ser criança é ser capaz de acreditar? boa noite...bjo.

7:56 da tarde  

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