No rasto do Diabo.
Vale a pena reflectir no texto que se segue.
“Mas qual o motivo de considerarmos como demónio uma divindade ultrajada?
O facto de uma força objecto de abuso se voltar contra o usuário não a caracteriza necessariamente como força do mal. Nunca terá sucedido a alguém ingerir uma dose excessiva e por isso venenosa, de alguma droga? Ou levado um choque ou tocar sem querer um fio eléctrico? Ou calculado erroneamente a temperatura de um objecto e queimar os dedos? Se baníssemos do uso humano, por perigoso, todo o objecto ou substância que se tenha revelado em alguma circunstância nocivo, teríamos de existir no vácuo.
Essas forças, contudo, quando tratadas com reverência e compreensão e depois de se proceder à purificação que o seu culto exige, ainda podem exercer a sua antiga influência sobre o fiel, abençoando-o e iluminando-o nos termos da natureza que as caracteriza e de acordo com a capacidade de reacção do fiel.
Essas potências, assim tratadas, têm infinitas possibilidades de fazer que o bem incida sobre a consciência e a vida social; e isso é especialmente o caso na nossa moderna civilização, na qual se perderam os contactos com a natureza, tendo estes contacto sido relegados ao esquecimento – sendo uma consequência disso o facto da mente subconsciente de homens e mulheres ser tão danosa quanto o são as casas de banho sem higiene.
Precisamos que a luz e o ar da atenção consciente sejam voltadas para a nossa celeridade subconsciente e que a vassoura da santificação espiritual faça uma rigorosa limpeza aos detritos e refugos acumulados na mente.
Nada há na natureza humana de intrinsecamente impuro, apesar de Santo Agostinho, mas há nela grande número de elementos que seriam atingidos pela gangrena e apodreceriam se os empurrássemos para baixo do limiar da consciência e se nos sentássemos sobre a tampa.
Julgar que há nela algo de intrinsecamente impuro constitui um falso conceito da natureza humana que se desenvolveu a tal ponto que veio a ser o que há de pior nesta mesmo natureza.
Quando negamos o lado natural da nossa natureza, assemelhamo-nos à pessoa que não limpa uma sanita entupida porque está demasiado suja para pôr-se a mão. Mas a sanita só se encontra pútrida devido à forma como essa pessoa em questão a conservou.
Pode ser desagradável estar às voltas com isso quando se põe a mão pela primeira vez e se faz a limpeza, mas, uma vez que a sanita esteja limpa, nunca mais haverá necessidade de deixá-la ficar nessas condições; mas essa sanita será fonte de envenenamento de todo o lar até que alguém se ocupe dela.
Os pagãos agiram com acerto quando deificaram e santificaram todos os aspectos do mundo natural e da natureza humana. Os romanos chegaram ao ponto de adorar Cloaca, a deusa dos limpadores de esgotos e dos varredores de rua, que eram muito mais limpos e higiénicos em seus hábitos do que as gerações que os sucederam, gerações cujos santos se recusaram a limpar por amor a Deus.
Cumpre resgatar a reverência pelas coisas naturais, bem como o respeito pelo corpo e pelas suas funções; cumpre ainda adorar deus tornado manifesto na natureza, mesmo que ele assuma a forma de Cloaca, se é nosso desejo ser dotados de alguma real saúde mental, corporal ou doméstica e retornar quais filhos pródigos ao seio da nossa grande Mãe..”
Dion Fortune.
Onde está então o mal tanto apregoado pela igreja? Ou será que esta necessita de um pilar para que se possa apoiar devido ás bases fracas que possui?
Mem Gimel
“Mas qual o motivo de considerarmos como demónio uma divindade ultrajada?
O facto de uma força objecto de abuso se voltar contra o usuário não a caracteriza necessariamente como força do mal. Nunca terá sucedido a alguém ingerir uma dose excessiva e por isso venenosa, de alguma droga? Ou levado um choque ou tocar sem querer um fio eléctrico? Ou calculado erroneamente a temperatura de um objecto e queimar os dedos? Se baníssemos do uso humano, por perigoso, todo o objecto ou substância que se tenha revelado em alguma circunstância nocivo, teríamos de existir no vácuo.
Essas forças, contudo, quando tratadas com reverência e compreensão e depois de se proceder à purificação que o seu culto exige, ainda podem exercer a sua antiga influência sobre o fiel, abençoando-o e iluminando-o nos termos da natureza que as caracteriza e de acordo com a capacidade de reacção do fiel.
Essas potências, assim tratadas, têm infinitas possibilidades de fazer que o bem incida sobre a consciência e a vida social; e isso é especialmente o caso na nossa moderna civilização, na qual se perderam os contactos com a natureza, tendo estes contacto sido relegados ao esquecimento – sendo uma consequência disso o facto da mente subconsciente de homens e mulheres ser tão danosa quanto o são as casas de banho sem higiene.
Precisamos que a luz e o ar da atenção consciente sejam voltadas para a nossa celeridade subconsciente e que a vassoura da santificação espiritual faça uma rigorosa limpeza aos detritos e refugos acumulados na mente.
Nada há na natureza humana de intrinsecamente impuro, apesar de Santo Agostinho, mas há nela grande número de elementos que seriam atingidos pela gangrena e apodreceriam se os empurrássemos para baixo do limiar da consciência e se nos sentássemos sobre a tampa.
Julgar que há nela algo de intrinsecamente impuro constitui um falso conceito da natureza humana que se desenvolveu a tal ponto que veio a ser o que há de pior nesta mesmo natureza.
Quando negamos o lado natural da nossa natureza, assemelhamo-nos à pessoa que não limpa uma sanita entupida porque está demasiado suja para pôr-se a mão. Mas a sanita só se encontra pútrida devido à forma como essa pessoa em questão a conservou.
Pode ser desagradável estar às voltas com isso quando se põe a mão pela primeira vez e se faz a limpeza, mas, uma vez que a sanita esteja limpa, nunca mais haverá necessidade de deixá-la ficar nessas condições; mas essa sanita será fonte de envenenamento de todo o lar até que alguém se ocupe dela.
Os pagãos agiram com acerto quando deificaram e santificaram todos os aspectos do mundo natural e da natureza humana. Os romanos chegaram ao ponto de adorar Cloaca, a deusa dos limpadores de esgotos e dos varredores de rua, que eram muito mais limpos e higiénicos em seus hábitos do que as gerações que os sucederam, gerações cujos santos se recusaram a limpar por amor a Deus.
Cumpre resgatar a reverência pelas coisas naturais, bem como o respeito pelo corpo e pelas suas funções; cumpre ainda adorar deus tornado manifesto na natureza, mesmo que ele assuma a forma de Cloaca, se é nosso desejo ser dotados de alguma real saúde mental, corporal ou doméstica e retornar quais filhos pródigos ao seio da nossa grande Mãe..”
Dion Fortune.
Onde está então o mal tanto apregoado pela igreja? Ou será que esta necessita de um pilar para que se possa apoiar devido ás bases fracas que possui?
Mem Gimel
4 Comments:
Interesante reflexión amigo. Volveré a leerla de nuevo para poder asimilarla en su totalidad.
Feliz Año nuevo para ti también-. Un abrazo.
2006 beijos com os desejos de um Novo Ano repleto de coisas boas.
Lina/Mar Revolto
www.aromasdomar.blogspot.com
um bom 2006. oh pródigo achador de pensamentos...
be
i
j
o
.
um bom 2006. oh pródigo achador de pensamentos...
be
i
j
o
.
Enviar um comentário
<< Home