quarta-feira, outubro 19, 2005

A chave

Texto retirado do Corpus hermeticum

Dialogo entres Hermes trismegistus e o seu filho, Tat.

“(..) O vicio da alma é a ignorância. Realmente, quando uma alma não adquiriu nenhum conhecimento dos seres, nem da sua natureza, nem do bem, quando é cega, sofre os embates violentos das paixões corporais. Então a infeliz, para ignorar-se a si mesma, torna-se escrava do corpo monstruoso e perverso. Carrega o seu corpo como um fardo, não comanda, sendo todavia comandada. Tal é o vício da alma.

Ao contrário, a virtude da alma é o conhecimento: pois aquele que conhece é bom e piedoso, já divino.

- Que espécie de ser Humano é essa, ó pai? – É o ser Humano que fala pouco a pouco e escuta. Pois aquele que perde o seu tempo a disputar as novas, golpeia o ar, filho.

- De facto, Deus, o Pai e o Bem, não se deixa ensinar pela palavra nem aprender pela audição. Nestas condições. Nestas condições, se todos os seres possuem os órgãos dos sentidos por não poderem viver sem eles, o conhecimento difere muitíssimo da sensação. A sensação só se produz na dependência do objecto que nos impressiona, ao passo que o conhecimento é a perfeição da ciência , que por si só é um dom de Deus (..)”

Hermes Trismegistus



Mem Gimel

3 Comments:

Blogger isabel mendes ferreira said...

um bom dia onde o fechar à chave seja um abrir de porta leve para a luz....boa tarde "mensageiro". bjo.

3:44 da tarde  
Blogger Logos said...

Ola estoycomountren.
Ola Isabel.

A partir de determinada altura das nossas vidas, penso que todos nós nos perguntamos mas que raio de mundo é este. Nesse momento, temos a percepção que somos arrastados por correntes, ou então somos cartas fora do baralho. Então procuramos justificações para a nossa existência. Quando procuramos quem somos e o que somos neste mundo muitos caminhos se abrem diante de nós, cada um levando a seu porto, mas somente um levando à verdade que tanto procuramos.

A falar por mim, dei-me conta que só conseguiria entender o Homem se compreendesse a maneira como o Homem pensa. Neste ponto, apercebi-me que só entenderia o pensamento do Homem de hoje se compreendesse a evolução do mesmo ao longo do tempo. Automaticamente dei conta que só o poderia fazer se entendesse a matriz que está por detrás do pensamento, da ideia, ou seja, porque é que pensamos?

Tudo isto levou-me a um mundo que nunca imaginei e que sempre esteve ali mesmo, ou melhor, aqui mesmo, ou melhor em todo o lado e que eu não tinha notado. O mundo que faltava ao mundo que eu conhecia.

A palavra é tão importante quando esta transporta o verbo, e todos nós a procuramos para nos saciar a alma. São essas as palavras que procuro e ao mesmo tempo transmitir palavras que também possam saciar. No fundo é o que todos tentam fazer.

6:47 da tarde  
Blogger isabel mendes ferreira said...

nas tuas palavras (sábias) encontro o meu outro tempo. bjo.

4:11 da manhã  

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